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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL EM ÉPOCA NATALINA


Mapa das Placas Tectónicas. Em amarelo, na parte baixa, à esquerda, pode-se observar o contorno da Placa do Pacífico que dá origem ao "cinturão de fogo" desse Oceano (Fonte: USGS - www.apolo11.com)


Neste final de ano estamos sendo presenteados com fatos deveras paradoxais. Da cúpula do clima em Copenhagen muita gente saiu frustrada porque não se concretizou a anunciada Governança Mundial para o Clima, uma espécie de superministério do meio-ambiente, para cuidar da sobrevivência do planeta nestes tempos de aquecimento global. Uma das estrelas do evento – pelo menos para a TV e a imprensa brasileiras, porque em outras latitudes não foi noticiado exatamente assim – o presidente Lula, apareceu como um dos estadistas ligados à defesa ambiental. A opinião pública, no Brasil, em geral, passou a criticar o presidente Obama por não ter dado a sua aprovação imediata ao plano dos burocratas da ONU de criar a tal agência internacional, dotada já de capital milhardário, que evidentemente deveria ser pago pelos países ricos. Se a tal agência mundial da ONU fosse criada, Lula muito provavelmente se candidataria para dirigi-la, tal a sua convicção de que é o salvador do meio-ambiente (nos foros internacionais, com certeza, porque aqui, no Brasil, nunca se desmatou e se poluiu tanto o meio ambiente, sob os olhares complacentes do governo federal).

Várias coisas devem ser levadas em consideração, a meu ver: em primeiro lugar, não há unanimidade entre os cientistas acerca do tamanho que representam as emissões de CO2 decorrentes da atividade humana no aquecimento global. Que elas incidem no fenômeno não há dúvida. Mas que essa é a variável fundamental, aí há discussão entre os expertos. Parece a muitos deles que o aquecimento da Terra é produzido por uma plêiade de fatores, sendo que um dos mais fortes é constituído pela atividade do magma que atua no núcleo do nosso Planeta e que gera aquecimento acima do normal nas fendas que se situam nos limites das sete grandes placas tectônicas, sendo que o principal foco é constituído pelo denominado “cinturão de fogo” do Pacífico. Para nós, brasileiros, qual é o elemento que faz mudar, de forma bastante brusca, as condições metereológicas ao longo do ano? Não há dúvida de que esse fator é o aquecimento muito pronunciado, no período da primavera-verão, das águas do Oceano Pacífico (fenômeno que leva o nome de “El Niño” e que produz chuvas intensas no sul e sudeste e seca em parte da Amazônia e no Nordeste).

Ora, uma das variáveis que mais interfere nesse fenômeno é a atividade do magma terrestre, que age como uma espécie de superaquecedor no fundo dos oceanos. O cientista Ralph Von Frese, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, associa a esse tipo de aquecimento o derretimento da camada de gelo da Groenlândia. Fala-se, nos meios científicos, até de uma relação direta entre esse evento e a atividade da coroa solar: mais explosões nessa região do nosso Astro Rei terminam por estimular uma particular aceleração da atividade do magma terrestre. Ora, é sabido que, no decorrer da última década, houve uma especial agitação da coroa solar. Que o magma terrestre experimenta, nas últimas décadas, uma atividade fora do comum, revelam-no fenômenos que se têm acumulado nesse período, como surgimento de novos vulcões – dentro e fora dos oceanos -, reativação de vulcões que pareciam extintos (o caso mais conhecido – e trágico – foi o do vulcão-nevado de El Ruiz que, ao explodir em 1985, sepultou a cidade colombiana de Armero, junto com os seus 24 mil habitantes). Outro fenômeno patente da atividade telúrica agressiva são os inúmeros terremotos, com alto número de vítimas, como as do tsunami que varreu as costas da Indonésia há dois anos atrás, com um saldo de mais de 200 mil mortos. A atividade do magma é tão forte nestes últimos anos, que está aparecendo na parte leste da África, na Etiópia, uma enorme fenda que produzirá, nos próximos séculos, uma separação de parte do continente, dando ensejo a uma nova ilha.

Houve, evidentemente, grupos de pressão ambientalistas, na passada reunião de Copenhagen, de que participavam inclusive cientistas, em prol da excomunhão do sistema de produção capitalista e a favor de uma “medievalização” da economia internacional. O arrazoado dos cientistas seria o seguinte: as emissões de carbono provenientes da indústria humana são as principais responsáveis pelo aquecimento global. Logo deve ser cobrado dos países capitalistas mais desenvolvidos o preço pelas alterações climáticas. Com o peso da culpa sobre os ombros, calculavam eles, seria possível obrigar os mais desenvolvidos a criar a multinacional do clima, sob patrocínio do Intergovernamental Panel on Climate Change da ONU.

Dois cientistas se destacavam nessa operação: Phil Jones (da Universidade de East Anglia, no Reino Unido) e Michael Mann (da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos), que propunham excluir, de forma abrupta, do diálogo com a comunidade científica, aqueles estudiosos que divergissem de tal sintomatologia. Duas seriam as principais figuras academicas a serem perseguidas: os cientistas canadenses Stephen Mc Intyre e Ross Mc Kitrick, que se têm debruçado, ao longo dos últimos anos, sobre as várias hipóteses levantadas para o aquecimento global, relativizando o peso do denominado “fator antropogênico”. Segundo informou a jornalista Melanie Phillips na conceituada revista inglesa Spectator, os e-mails de Phil Jones e de Michael Mann em que tramavam esse patrulhamento, terminaram vazando graças à ação de hackers, dando ensejo a uma tremenda celeuma nos meios acadêmicos e jornalísticos. Segundo a citada jornalista, Sir Nigel Lawson (que foi ministro das Finanças do Reino Unido na década de 90) tinha razão ao exigir um inquérito sobre o escândalo do patrulhamento dos mencionados cientistas, em artigo publicado pelo jornal Times, de Londres, no passado 23 de Novembro. A propósito desta maracutaia científica, Melanie Philips escreve: “Num conjunto de e-mails acessado por um hacker, um grupo dos mais influentes cientistas defensores da hipótese do aquecimento global antropogênico (AGA) foi colocado a nu como tendo manipulado, suprimido e deformado provas científicas, a fim de reforçar as suas hipóteses. Esses cientistas, por sua vez, afirmam que os e-mails foram citados fora do contexto. E com tanto material agora sob domínio público, é possível que parte dele tenha uma explicação plausível. Mas numa expressiva porção desse material, é difícil de se enxergar a inocência alegada”.

A respeito, Sir Nigel Lawson escreveu: “Poderia haver uma explicação claramente inocente. Mas o que fica claro é que foi posta em dúvida a totalidade das evidências científicas sobre as quais, não apenas o governo britânico, mas também outros países, através do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, em inglês] afirmam basear suas muito onerosas decisões de políticas de longo prazo. Uma comissão de inquérito independente e de alto nível deveria ser instaurada sem demora”.

Em face dessas informações, Melanie Phillips conclui no seu artigo: “Toda a manipulação, deformação e censura, reveladas por esses e-mails, aconteceram porque esses cientistas (Michael Mann e Phil Jones) estavam seguros de que as suas crenças eram não somente corretas, mas que também não poderiam ser colocadas em dúvida (...). Aparentemente, só os fanáticos do AGA (Defensores da hipótese do aquecimento global antropogênico) podem decidir o que é ciência”.

Conclusão de todo esse imbroglio: como dizem os espanhóis "en todas partes se cuecen habas" ("favas são cozinhadas em todas partes"). Sempre aparecerá, em face dos grandes problemas ambientais e de sobrevivência da Humanidade, a turminha dos espertalhões que, em nome da ciência, espera se dar bem, ganhando uma mesada dos incautos que acreditem nas suas apocalípticas previsões, ou melhorando o seu cacife no cenário mundial, vendendo uma imagem de "Salvador dos Povos". Tanto uns, quanto outros darão com os burros n´água, porque é muito difícil enganar todo mundo o tempo todo. Assim já tinha acontecido com os acalorados debates em torno à produção de alimentos, nos anos 60 do século passado, quando não poucos espertinhos se chegaram aos foros em que se discutia a questão da fome mundial, ao ensejo dos debates acontecidos no seio da FAO, em Roma, apregoando o colapso do capitalismo e anunciando o surgimento de um modo socialista de alimentar a espécie humana.

O Presidente Obama, felizmente, foi bem assessorado na reunião de Copenhagen e não caiu na esparrela dos denuncistas da produção capitalista, em nome da preservação ambiental. Somente entraram nessa canoa furada alguns desavisados do denominado Terceiro Mundo especialmente, que não fizeram, aliás, o dever de casa, de garantir aos seus cidadãos uma gestão responsável do meio-ambiente.

Fontes Consultadas:

“Global Warming With the Lid Off - The emails that reveal an effort to hide the truth about climate science” – Editorial -, in: The Wall Street Journal, US edition, New York, 24 de novembro de 2009.

Melanie Phillips. “Green Totalitarianism”, in: Spectator, Londres, 23 de novembro de 2009.

“On freedom of information rules and deleting files” – Nota do Editor -, in: The Wall Street Journal, US edition, New York, 24 de novembro de 2009.

Sir Nigel Lawson. “Copenhagen will fail – and quite right too”, in: Times, Londres, 23 de Novembro de 2009.

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